segunda-feira, 18 de junho de 2012

Presidente da Audi deixa o cargo e vai comandar a Gol


Aposta de boa parte do setor automotivo para, um dia, virar presidente do grupo Volkswagen no Brasil, o executivo Paulo Sérgio Kakinoff, de apenas 38 anos, deixou o comando da Audi no país, segundo lacônico comunicado da empresa emitido nesta segunda-feira (18). O destino profissional do executivo surpreendeu: ele assume o cargo de presidente da Gol Linhas Aéreas.


Kakinoff substitui Constantino de Oliveira Junior, atual líder da Gol e filho do fundador da empresa. A decisão do conselho da companhia aérea deve ser confirmada numa reunião na semana que vem -- mas a saída do executivo da Audi é oficial. A Gol passa por dificuldades financeiras e tem realizado demissões desde o começo do ano.


O novo presidente da Gol começou a trabalhar no Grupo Volkswagen aos 18 anos, e nos 20 anos seguintes teve o que se costuma chamar de "ascensão meteórica": o primeiro cargo de direção de Kakinoff veio em 2003, e em 2007 ele já era diretor-executivo da Volks para a América Latina. Em 2009, com 34 anos, assumiu a presidência da Audi, divisão premium do grupo que luta para melhorar seus números no Brasil, em meio a uma acirrada briga com as também alemãs BMW e Mercedes-Benz.


De acordo com o jornal Valor Econômico, é grande o tamanho da crise da Gol. A companhia, segunda maior do mercado brasileiro, teve em 2011 prejuízo de R$ 751 milhões, o segundo maior de sua história, o qual provocou redução de sua malha aérea em 10%. Nos últimos meses, a empresa -- que surgiu como pioneira do low cost na aviação do Brasil -- assistiu a movimentos importantes das rivais.


O mais recente foi a fusão de Azul e Trip, companhias "regionais" que, juntas, passam a contar com 15% de participação no mercado. A TAM fez aliança com a chilena Lan. Em 2007 a Gol comprou a Varig e, no ano passado, uniu-se à Webjet.


A contratação de Paulo Kakinoff parece ser uma tentativa de oxigenar a Gol, reproduzindo a experiência do executivo na Audi, empresa que tem trajetória acidentada no Brasil, mas que sob o comando dele ao menos passou a mostrar a cara ao consumidor brasileiro de modo mais eficaz.

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